Utilizador:Wilhelm Seifer/Termos polêmicos e controversos
Wikcionário:Termos controversos e com pseudoetimologias
editarOs termos abaixo ou são alvos de significados anacrônicos, com origens pseudoetimológicas e pseudo-históricas, ou podem ser interpretados por algumas pessoas como contendo um teor imoral ou preconceituoso. Tendo conotação antissemita, gordofóbica, homofóbica, machista, misógina, racista, transfóbica, xenófoba, etc. Porém pode-se ter equívocos de interpretação sobre os termos, um deles é acreditar que devido a origem do termo, a má intenção permanece nele, o que nem sempre é verdade; por exemplo, o termo rapaz, usado para representar um homem jovem hoje, deriva do latim rapacem, que significava ladrão ou "indivíduo que rouba", mas esta conotação desapareceu do termo ao correr dos tempos. Esta página visa buscar uma discussão a respeito e determinar a veracidade dessas interpretações. Caso queira questionar alguma informação da tabela crie um tópico sobre o termo na página de discussão.
Expressão | Etimologia |
a coisa ficou preta | A cor preta simboliza algumas das piores coisas, entre as quais se encontra o luto. Segundo Luís da Câmara Cascudo, no entanto, "o luto negro só tomou maior popularidade em Portugal no séc. XVI. Antes o burel (branco) competia com o dó (negro) como cores dedicadas ao luto. Nas antigas missas de sétimo dia quem não possuía preto ia de branco." Acreditamos ter nascido daí a expressão a coisa está preta, pintadinha de branco. Supõe-se uma situação ainda pior do que aquela em que a coisa está preta, pois carrega o agravante da pobreza, que impossibilitou a compra de um luto, ou seja, da roupa de cor preta. [...] A coisa, o estado-de-coisas ou a situação está ficando preta quando as pessoas enlutadas começam a se aglomerar. É uma imagem visual do indesejável, do que é ruim. O preto talvez tenha predominado com o sentido de luto a partir do séc. XVI, conforme vimos, por analogia à situação miserável da escravidão imposta aos africanos negros a partir daquela época na Europa e transportados, posteriormente, para o Brasil.[1] |
a dar com pau, nem a pau | |
abacaxi | |
aluno | Afirma-se que, morfologicamente, o termo constitui-se do prefixo grego de negação a- e -luno, que significa luz e provém do latim lumen, supostamente significando sem-luz.
Porém, verdadeiramente, o termo é do latim alumnus, alumni(criança de peito/lactante) e alere(alimentar/fortalecer-se), assim sendo então, o aluno, aquele que se alimenta e fortalece, que é "lactante" de conhecimento de algum docente. |
baiano | |
barriga suja | |
bife | |
boçal | |
boda | |
branco aguado | |
branquelo | |
branquinho | |
bugre | |
cabeça-chata | |
carapinha | |
cara pálida | |
carcamano | |
chuta que é macumba | |
cor do pecado | |
cor de pele | |
criado-mudo | Adaptação do termo do inglês dumbwaiter (garçom estúpido), que é o elevador de carga dos restaurantes, que funcionaria como um garçom, mas é incapacitado e estúpido por não ser humano, de forma análoga, o móvel criado-mudo, por ser incapacitado e não falar, é chamado dessa maneira. |
crioulo | |
denegrir | Do latim denigrare, de + niger. "de" pode significar origem, naturalidade, afastamento, ou intensidade. "niger" significa negro ou escuro(cor). denigrare significa literalmente “tornar mais escuro” (intensificar o escuro). Podendo significar manchar, difamar ou caluniar também.[2] |
dia de branco | |
disputar a nega | |
doméstica, doméstico, etc | |
encarapinhado | |
esclarecer | |
escravo | Do latim medieval sclavus, se refere ao povo eslavo do Leste Europeu. Devido a muitos escravos que vinham dessa região, o nome do povo passou a ser associado aos escravos (antes dela, a palavra usada em latim era “servus”, significando servo mas sendo usado como escravo também, por não possuir outra palavra na época).[3] |
feito nas coxas | |
galinha de macumba | |
homem com homem dá lobisomem | |
indiada | |
inveja branca | |
japona | |
judiar, judiação, etc | |
língua materna | |
lista negra | |
macumba, macumbeiro, etc | |
magia negra | |
mal-amada | |
meia-tigela | Durante a era da monarquia portuguesa, os funcionários da corte que não habitavam o palácio e que também não possuiam o vale-refeição, eram alimentados no local de serviço. A distribuição da comida era em conformidade com a prescrição do "Livro da Cozinha del Rei", a quantidade que se ganhava variava de acordo com a eficiência do trabalho feito. Desta forma, em oposição aos funcionários de tigela inteira, haviam os de meia-tigela.[4] |
mercado negro | |
monhé | |
morena | |
mulato | Provavelmente vem de mula que é derivação de mulo, que vem do latim mulus, fazendo referência apenas ao aspecto híbrido (mistura de raças diferentes) do animal, e não se refere a característica de ignorância. Ou do árabe مولد, trans. muwallad ("aquele que é nascido de pai árabe e de mãe estrangeira, ou de pai escravo e de mãe livre"). Também remete à ideia de filho nascido de pais de etnias diferentes. |
mulher com mulher dá jacaré | |
mulher no volante, perigo constante | |
não sou tuas negas | |
nega maluca | |
negão | |
nego | |
negrinho | |
neguinho | |
nhaca | |
olho rasgado | |
os brancos que se entendam | |
ovelha negra | |
paraíba | |
pé na cozinha | |
pixaim | |
pretice | |
preto | |
preto de alma branca | |
serviço de preto | |
tem caroço nesse angu | |
tição | |
zuca |
Referências
editar- ↑ Trecho retirado do site filologia.org [1] vide bibliografia na segunda parte da página CASCUDO, Luís da Câmara. Coisas que o povo diz. /Rio de Janeiro/ Bloch /1968/. 206 p. ______. Locuções tradicionais ao Brasil. Recife, Universidade Federal de Pernambuco, 1970. 326 p. ______. Dicionário do folclore brasileiro. 5 ed. Belo Horizonte, Itatiaia / 1984/. XVIV+811p.
- ↑ Citação do dicionário etimológico [2]
- ↑ Matéria retirada do jornal Exame [3]
- ↑ PIMENTA, Reinaldo. A Casa da Mãe Joana. /Rio de Janeiro/ Campus /2002/. 146 p.[4]