Discussão:nacem

Último comentário: 13 de julho de 2009 de Dicionarista no tópico Discordo da eliminação por erro ortográfico

Discordo da eliminação por erro ortográfico

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Se alguém quiser propor a ER por não ser o infinitivo do verbo – e acrescentar mais os milhares de outros que por aí andam, mais os plurais indevidos, mais os femininos desnecessários –, então eu sou capaz de estar de acordo.

Mas esta forma verbal, que deve ser categorizada como arcaísmo como alguém fez, não se justifica que seja eliminada.

Veja-se este quase desconhecido poeta (os sublinhados, claro, são meus):

Porque quereis, Senhora, que ofereça

Porque quereis, Senhora, que ofereça
a vida a tanto mal como padeço?
Se vos nace do pouco que mereço,
bem por nacer está quem vos mereça.
[…]
Luís Vaz de Camões

Podereis ler o resto seguindo a ligação para o Wikisource, onde, numa pesquisa rápida, podereis também encontrar várias dezenas de situações em que são utilizadas várias formas do verbo nacer. – Cadum 18h11min de 13 de julho de 2009 (UTC)Responder

nacer não é palavra diferente de nascer. Como o próprio VanEça havia colocado, é apenas uma grafia usada por Camões.
O fato é que, na época de Camões, quando as palavras careciam de "grafia oficial", e o termo ortografia se fazia, portanto, vazio de significado, nacer e nascer eram formas pararelas. Hoje, no entanto, as palavras da Língua Portuguesa possuem ortografia, já não mais se usando nacer que, ainda que difira na grafia, tem a mesma etimologia e (suponho) a mesma pronúncia de nascer.
Conforme o Houaiss, nacer é não mais que uma forma histórica de nascer, trazendo ele os seguintes registros de formas históricas: sXIII nascia, sXIII naceu, sXIV nasçera, sXV naçe, sXV naçii, sXV nasem.
Assim, quem aceita nacer, deve aceitar também nasçer, naser, etc.
No entanto, isso não parece lá algo de bom senso. Sou da seguinte opinião: que se coloque nacer (e todas as demais grafias registradas em textos históricos) como forma histórica junto a etimologia de nascer, evitando-se com isso uma entrada desnecessária, e tornando um verbete mais rico.
Dicionarista 19h45min de 13 de julho de 2009 (UTC)Responder
E eu também seria favorável a eliminação dos milhares de femininos, plurais e flexões verbais desnecessárias. Aliás, só servem para colocar lá nas alturas o número de entradas do Wikcionário, mascarando o que temos de verdadeiramente substancial. Dicionário nenhum de bom senso traz essas entradas. Ademais, é fácil criar entradas para palavras flexionadas: requer pouco esforço. Se o Wikcionário inglês ou francês o faz, é da conta deles isso; nós não precisamos segui-los.
Dicionarista 18h24min de 13 de julho de 2009 (UTC)Responder

Posição do Dicionarista:
  • É favorável a eliminação dos milhares de femininos, plurais e flexões verbais desnecessárias no seu entender – não comento;
  • N'Os Lusíadas a palavra nascem ocorre 3 vezes e a palavra nacem ocorre 1 vez – essa é a informação que quero transmitir – e neste caso verifiquei que não via qualquer gralha nas edições consultadas sobre o palavra nacem e aquilo que pus no artigo foi «- ortografia usada por Camões no lugar de nascem» de acordo com as observaçoes da edição em que me baseio VI-87-3 – as alterações feitas a seguir são da responsabilidade de quem as fez;
  • Não posso ignorar que o wikisource menciona nascem e não nacem e não sei onde se encontra a liberdade/erro nas edições brasileira e portuguesa – quem quiser e puder que verifique se a substituição de nacem por nascem em VI-87-3 não altera as posições das sílabas tónicas na métrica ou na descodificação do «nacem roxas flores».
Talvez o Dicionarista não saiba, porque chegou mais tarde, que este projecto das palavras d'Os Lusíadas) teve o consentimento da comunidade antes de ser iniciado (aprovação de um administrador burocrata e a restante comunidade absteve-se) para que agora os recém-chegados queiram de imediato modificar a disposição da mobília.
  • No meu modo de ver briluz e nacem são artigos da mesma espécis
VanEça

Colega, eu não vim para mudar a mobília de lugar. Ademais, registrar todas as formas históricas das palavras não sobrepõe-se e nem colide com o projeto do Wikcionário. E eu entendo, e não me oponho, e ainda que me opusesse não teria força e nem direito de impedi-lo, que queira marcar que nascem ocorre 3 vezes e nacem 1 n'Os Lusíadas. Na verdade, isso é informação e, para um projeto como esse, quanto mais melhor. Eu só quis e quero alertar para o seguinte: não será mais adequado disponibilizar essas informações no verbete nascer, colocando lá que nacer é forma histórica? Do contrário, é lícito criar entradas para naser, naçer, etc.
Dicionarista 21h53min de 13 de julho de 2009 (UTC)Responder
Quanto a peculiar palavra briluz, ainda que ela não seja de uso corrente, não existe outra que dela difira apenas na grafia. E embora a sua existência se restrinja a um só texto, em específico, este é parte da obra literária de um escritor conhecido e talvez a um fulano que leia o estranho poema Jaguardarte, aqui vindo procurar auxílio para tirar alguma compreensão do mesmo, a sua dicionarização tenha lá grande serventia. Eu digo mais: não seria fantástico que esse dicionário se distinguisse dos outros por também contemplar em seu banco de dados essas palavras estranhas?
Sabe de uma coisa: eu acho que essa pendenga foi-nos ( foi-me ?! ) muito positiva: podemos incluir junto a etimologia das palavras um daqueles "quadros mostrar/ocultar" com as formas históricas abonadas, preservando nessas abonações a grafia original. Assim construiremos uma espécie de corpus do Português. Cara, no final das contas, você nos propõe uma grande idéia. Eu vou pensar nisso com enorme carinho. Uma bela idéia!
Dicionarista 22h26min de 13 de julho de 2009 (UTC)Responder
OK. Pelo meu lado tudo bem (excepto o apagamento de informação da minha página de discussão). Os seus alertas serão sempre bem-vindos mas, este comboio do camonismo já está em velocidade de cruzeiro e saltar dele agora sem se partir as fuças não será fácil – quer nascem, quer nacem não aparecem n'Os Lusíadas na posição de rima, mas nas palavras que aparecem na posição de rima também se indicam as rimas que Camões utilizou n'Os Lusíadas para essas palavras.
Quanto ao que escreveu quando este comentário já estava feito – força!
Deus quer, o homem sonha e a obra nasce. VanEça
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