português vs portuguez são artigos válidos aqui no "Wikcionário" sendo que se indica portuguez=Forma arcaica para português e em português etá indicado do Latim portucalensis, de portu Cales (porto de Cales).
- «Portuguez e português são duas variantes da mesma palavra. Ora, entre duas variantes, naturalmente me inclino para a que se baseia na sciência, reforçada pelas tradições e pelo bom senso.
Portuguez é ainda fórma generalizada, e autorizada pela prática de alguns mestres, que nunca se preoccuparam de Philologia, até porque esta sciência póde dizer-se que nasceu há dois dias; mas é uma fórma puramente convencional. E direi porquê.
Os nossos velhos clássicos, como as typographias do seu tempo eram ainda mais pobres que as de hoje em accentos gráphicos, escreviam, um pouco á espanhola, frances, ingles, portugues. Viu-se porém que a orthoépia não correspondia á graphia, e notou-se que o z final costumava fazer agudas ou oxýtonas certas palavras: feliz, apraz, viuvez, arroz...; e, em vez de se recorrer aos accentos gráphicos, recorreu-se ao z para os substituir, introduzindo-se em palavras que nunca os poderiam têr legitimamente: Pariz, Thomaz, quiz, poz, inglez, portuguez...
Demonstra-se facilmente que estas e outras palavras, escrevendo-se como manda a sciência da linguagem, não têm z, mas, sim, s. Restringindo-me porém a portuguez, não dou novidade, ponderando que todas as palavras têm a sua evolução, a sua história. Aquellas, cuja história é obscura ou desconhecida, e aínda algumas, cuja história foi completamente pervertida pelo uso popular, escrevemo-las como as pronunciamos; mas o maior número dellas, visto que lhes conhecemos o berço, temos que tratá-las consoante os seus títulos e genealogia.
Toda a gente saberá que Portugal deu primitivamente o adjectivo e substantivo portugalense, como Brácara deu bracarense, Conímbrica conimbricense, Ebora eborense, Setúbal setubalense...
A phase immediata da evolução de portugalense, pela lei glottológica do menor esfôrço, sería portugalens, que, por contracção, veio a dar portugalês.
Ora, a quéda de certas consoantes mediaes é phenómeno averiguado na evolução da linguagem românica; assim, de médio saiu meio; de videre saiu vier, veer, vêr; de malo saiu máo, mau; de coelo saiu céo, céu; de portugalês saiu portugaês > português.
Vejam se, nesta odysseia de séculos, o português achou algum z no seu caminho.
Não achou. O z que lhe appuseram é uma intrusão, um arrebique convencional, que tería desapparecido há muito, sem deixar saudades, se os nossos escritores tivessem tido a pachorra de pensar dois minutos no caso, e no bom senso de Alexandre Herculano que, na sua História de Portugal, e contra o uso dos seus contemporâneos, á excepção de Rodrigo Felner, escreveu sempre português, e nunca portuguez.» — --CANDIDO DE FIGUEIREDO--1913?
«... num diccionário, a parte mais susceptível de imperfeições, é a etymológica,...» -- idem
«Ainda na parte etymológica do Diccionário, há um ponto a que entendo dever referir-me: é a representação, em caracteres românicos, de termos pertencentes a idiomas de povos que, como os Tupís, nunca tiveram língua escrita, e de outros, cujos caracteres alphabéticos pouco ou nada têm de commum com os nossos.» -- idem
Como nas citações, na etimologia do "Wikcionário" podia-se e devia-se dizer qual é o autor da afirmação ou em que obra poderá ser confirmada. O que pensam sobre isto?
O "Y" só tem existência na língua portuguesa a partir do acordo de 1990
«Portanto, as convicções do autor sôbre orthographia portuguesa retrahem-se nesta obra, para dar lugar ás convicções da maioria do público ledor e ás praxes mais geralmente seguidas. Aliás, poria êlle na última plana, se as não expungisse inteiramente, todas as fórmas orthográphicas, em que apparece o inutilíssimo y, o prejudicial ch por c ou q, o falso ph, o falso th, as consoantes geminadas, e todas as convenções que, sem valor scientífico, só servem para difficultar a extincção do analphabetismo e tornar a escrita portuguesa um privilégio de sábios.» - CANDIDO DE FIGUEIREDO - [[2]]
«:Mas o Diccionário é o que deve sêr: reproducção de factos e não tribuna de reformador» - idem.