Citações:pau-brasil

  • 1530-32, Pero Lopes de Sousa, Diário da Navegação da armada que foi à Terra do Brasil *
    (...) E como a caravela era um pensamento e a nau francesa sobrecarregada (ainda que alijou ao mar parte da carga do pau-brasil) finalmente foi alcançada, e querendo por-se em defesa lhe atiraram da nossa com um pelouro de cadeia (...)


  • 1606, Pero Rodrigues, Vida do Padre José de Anchieta
    A Vila de Pernambuco chamada também de Marim e Olinda, é mui nomeada por sua riqueza de pau-brasil, e comércio dos muitos açúcares que tem, que em muitas mil caixas cada ano deita carregado por sua barra afora, para o que sustenta em seus distrito e terras vizinhas, mais de cem engenhos de açúcar. (...)
    ...
    Sendo governador do Rio de Janeiro Salvador Correia de Sá, como está dito, morava este índio uma légua além da nova cidade, mais dentro da enseada, junto da praia; e os franceses continuavam seu trato do pau-brasil com os tamoios, no Cabo Frio, dezoito léguas do rio para o Norte.


  • 1808, Dom João VI, Decreto de Abertura dos Portos às Nações Amigas
    (...) Segundo: Que não só os meus vassalos, mas também os sobreditos estrangeiros possam exportar para os portos que bem lhes parecer a benefício do comércio, e agricultura, que tanto desejo promover todos, e quaisquer gêneros, e produções coloniais, à exceção do pau-brasil, ou outros notoriamente estancados, pagando por saída os mesmos direitos já estabelecidos nas respectivas capitanias, ficando entretanto como em suspenso, e sem vigor todas as leis, cartas régias, ou outras ordens que até aqui proibiam neste Estado do Brasil o recíproco comércio, e navegação entre os meus vassalos, e estrangeiros. (...)


  • 1857, José de Alencar, O Guarani *
    Fez parte em 1578 da célebre expedição do Dr. Antônio de Salema contra os franceses, que haviam estabelecido uma feitoria em Cabo Frio para fazerem o contrabando de pau-brasil.


  • 1873, José de Alencar, O Ermitão da Glória *
    Esperando azo de tentar a empresa, continuavam no tráfego do pau-brasil, que vinham carregar em Cabo Frio, onde o trocavam com os índios por avelórios, utensis de ferro e mantas listradas.
    ...
    Fazendo presa nos navios estrangeiros, sobretudo quando tornavam para Europa, os corsários portugueses lucravam não somente a carregação de pau-brasil, que vendiam no Rio de Janeiro ou Bahia, mas além disso vingavam os brios lusitanos, adquirindo renome pelas façanhas que obravam.
    ...
    Fizera o mancebo uma presa soberba. Além do carregamento de pau-brasil com que sempre contara, e de um excelente navio mui veleiro e de sólida construção, achara a bordo da escuna avultado cabedal em ouro, quinhão que ao capitão francês coubera na presa de um galeão espanhol procedente do México, e tomado em caminho por três corsários.


  • 1923, Oliveira Lima, O Movimento da Independência *
    Poderia no senso prático que distinguia Barbacena infiltrarem-se algumas ilusões a par de outras tantas antecipações, como a do carvão de pedra nacional; mas era bem verdadeiro o seu conceito, então enunciado, de que o Brasil naquela ocasião precisava sobretudo de militares, de banqueiros e de maquinistas: os primeiros para defenderem-lhe a integridade; os segundos para o salvarem da bancarrota — o banco, a praça e também o Estado — visto que novos tributos não eram viáveis e seria possível obter um empréstimo com a hipoteca da remessa de diamantes e pau-brasil e parte do rendimento de certas alfândegas; os terceiros para valorizarem-lhe os recursos. (...)