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texto trocado por 'Sou bué da dread Sou um gunna de primeira Às sete e meia vou pra bed Lol tenho caganeira'
Linha 1:
Sou bué da dread
__NOTOC__
Sou um gunna de primeira
{{user pt}}
Às sete e meia vou pra bed
<br><br><br>
Lol tenho caganeira
 
=Quem sou=
Português, cinquentão, também "carão moreno", profissional de artes gráficas há tanto tempo que já nem recordo quando comecei.<br>
Paixões confessáveis: trabalhar, trabalhar e "alentejanar" (o que inclui a gastronomia e o '''dolce far niente''' da planície a perder de vista). E a minha pátria, que é esta língua em que primeiro me entendi e entendi os outros. É com ela que elaboro os meus pensamentos e é nela que as personagens dos meus sonhos se entendem também. Isso confirma que é a '''minha''' língua. É com esse idioma que adoro dar dois dedos de prosa.<br>
Só faço colecção de amigos, que, no entanto, vou deixando espalhados pelo mundo, como pedaços meus doados à humanidade.<br>
Se me quiserem contactar, façam-no: '''cadum@vodafone.pt'''.
 
 
=Como não amar...=
 
==... um linguajar de amor==
Senhora, partem tão tristes<br>
meus olhos por vós, meu bem,<br>
que nunca tão tristes vistes<br>
outros nenhuns por ninguém.<br>
 
Tão tristes, tão saudosos<br>
tão doentes da partida<br>
tão cansados, tão chorosos<br>
da morte mais desejosos<br>
cem mil vezes que da vida.<br>
Partem tão tristes os tristes<br>
tão fora de esperar bem<br>
que nunca tão tristes vistes<br>
outros nenhuns por ninguém.<br>
<small>'''João Roiz de Castel-Branco''', ''Cancioneiro Geral'' (século XV)</small>
 
== ... uma fala de paixão ==
'''Ser Poeta'''<br>
 
Ser poeta é ser mais alto, é ser maior<br>
Do que os homens! Morder como quem beija!<br>
É ser mendigo e dar como quem seja<br>
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!<br>
 
É ter de mil desejos o esplendor<br>
E não saber sequer que se deseja!<br>
É ter cá dentro um astro que flameja,<br>
É ter garras e asas de condor!<br>
 
É ter fome, é ter sede de Infinito!<br>
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...<br>
É condensar o mundo num só grito!<br>
 
E é amar-te, assim, perdidamente...<br>
É seres alma, e sangue, e vida em mim<br>
E dizê-lo cantando a toda a gente!<br>
<small>'''Florbela Espanca''' «Charneca em Flor», in ''Poesia Completa'' (século XX)</small>
 
==... uma dolência de saudade==
'''Canção do exílio'''
 
Minha terra tem palmeiras,<br>
Onde canta o sabiá;<br>
As aves, que aqui gorjeiam,<br>
Não gorjeiam como lá.<br>
 
Nosso céu tem mais estrelas,<br>
Nossas várzeas tem mais flores,<br>
Nossos bosques tem mais vida,<br>
Nossa vida mais amores.<br>
 
Em cismar, sozinho, à noite,<br>
Mais prazer encontro eu lá;<br>
Minha terra tem palmeiras,<br>
Onde canta o sabiá.<br>
 
Minha terra tem primores,<br>
Que tais não encontro eu cá;<br>
Em cismar -- sozinho, à noite --<br>
Mais prazer encontro eu lá;<br>
 
Minha terra tem palmeiras,<br>
Onde canta o Sabiá.<br>
Não permita Deus que eu morra,<br>
Sem que eu volte para lá;<br>
 
Sem que desfrute os primores<br>
Que não encontro por cá;<br>
Sem qu'inda aviste as palmeiras,<br>
Onde canta o Sabiá.<br>
<small>'''Gonçalves Dias''' (século XIX)</small>
 
 
==... uma fome do inantingível==
Se as coisas são inatingíveis... ora!<br>
Não é motivo para não querê-las...<br>
Que tristes os caminhos, se não fora<br>
a mágica presença das estrelas.<br>
<small>'''Mário Quintana''' (século XX)</small>